Do céu e para o inferno
De um calor corrosivo do centro da terra
Para o calor do sol
Da cegueira intensa da escuridão
Para a cegueira intensa da luz solar
Das torturas e ressentimentos
Para as inquisições morais
Do tridente, rabo e chifres
Para o cajado, a barba e a onipresença
O poder de vida e morte
O poder sobre tudo
Entre deuses e demônios
Fico apenas vagando num cemitério gelado, com seu frescor pálido
Com seus ventos fúnebres
A escolha é difícil no purgatório
Ninguém por aqui quer ser eternamente torturado no inferno
Nem no céu, no qual qualquer erro te leva direto para longe
Como não somos plenamente bons, nem conseguiremos, não temos céus
Como não somos plenamente maus, nem conseguiremos, não teremos inferno
Cabe a cova, nosso lugar
Desistimos de procurar um destino
E descansamos
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