sexta-feira, 20 de março de 2015

As saídas do cemitério

Do céu e para o inferno

De um calor corrosivo do centro da terra
Para o calor do sol

Da cegueira intensa da escuridão
Para a cegueira intensa da luz solar

Das torturas e ressentimentos
Para as inquisições morais

Do tridente, rabo e chifres
Para o cajado, a barba e a onipresença

O poder de vida e morte
O poder sobre tudo

Entre deuses e demônios

Fico apenas vagando num cemitério gelado, com seu frescor pálido
Com seus ventos fúnebres

A escolha é difícil no purgatório

Ninguém por aqui quer ser eternamente torturado no inferno
Nem no céu, no qual qualquer erro te leva direto para longe

Como não somos plenamente bons, nem conseguiremos, não temos céus
Como não somos plenamente maus, nem conseguiremos, não teremos inferno

Cabe a cova, nosso lugar
Desistimos de procurar um destino

E descansamos



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