quinta-feira, 8 de janeiro de 2015

Continuando a regredir, voltando a continuar

Nos meus sonhos, pesadelos,
Nos delírios, no realismo

Quase morto, quase vivo
Totalmente morto ou totalmente vivo

Na divisa

Por todos esses caminhos se procura alguma razão por que permanecer vivo
Por que, afinal, seguir no plano material, e não optar pela desintegração
Por que virar um espírito depois da morte,
e não apenas deixar de existir completamente

São alternativas que imaginamos ter
Tanto nos sonhos como nos pesadelos
Tanto nos delírios como no realismo

Mas não temos
O fim será um só, sem chance de erro
Sem margem para dúvidas

Mas até lá, fica a questão
E antes dela, por que seguir
Continuar, quaisquer que sejam as alternativas que imaginamos possíveis

Posso estar errado quanto ao que decidi, decido e venha a decidir
Mas quem garante que eu esteja errado, no fim de tudo?

Quem nos julgará quando até mesmo esta espécie
deixar de existir?
E depois o planeta,
O sol, e todo o sistema solar?

Haverá juízes em determinada ocasião?
E advogados, haverá? Um de defesa, um promotor, testemunhas...

E a pena seria qual? De morte, de vida?
Ou algo tão terrível que fuja desse conceito
sobre o qual talvez sequer exista alguma palavra para descrevê-lo?

Por ora, só caminho
Aqui onde conheço bem