quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

terça-feira, 21 de dezembro de 2010

Ótica

O dobro virou metade
Dobrando temos metade
De um papel

A vida segue seu rumo
Com sadismo e solidão
De um papel

Em branco
Mas olhe pelo lado negativo:
Podia ser preto

Olhe pelo lado realista
Devia ser transparente

Espelho

Eu ando tão rápido
Eu ando tão só

Eu sigo pessoas
Eu sigo sozinho

Pareço medroso
Pareço dar medo

E sou um espelho
Que reflete tal medo

E amedronta no meio da luz
E é esquecido na escuridão

Que conduz
Todos ao meu redor

A uma pequena reflexão
Se o reflexo é mesmo real
Se na verdade não há outro lado

Através do espelho

sábado, 18 de dezembro de 2010

A areia

Não sei o que sinto
E esse sentimento é algo que não sei

Estou numa areia movediça
Me afundo
Afundo

Afundo
Até que consigo ver o outro lado

É tão desconhecido
E esse desconhecimento é algo que não sei

É tão novo
E essa novidade se renova a cada segundo
Se tornando cada vez mais velha

Até eu emergir da areia

segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

Única

Uma estrela qualquer
Segue uma estrela

Um mesmo furacão
Segue furacão

Mesmo que você seja um gão de areia
Será um só grão

Mas sem ele, tudo é deserto

Mesmo que o sol, para nós, seja único
Será só mais um sol, perto de você

sábado, 11 de dezembro de 2010

Distante


Só Lá
Solar
Sem lar

Lunático
Fanático
Distante
Errante
Como antes

Como Plutão
Bebo a Terra
Suo o sol
Lustro a lua

sábado, 4 de dezembro de 2010

Avesso

Me precipito
No precipício
Em chamas
No meio do gelo
Seco
No meio do mar

Avesso sem precisar do espelho
Sombrio sem precisar de luz
Finalizado antes de iniciado

Varrido antes de virar pó

sexta-feira, 15 de outubro de 2010

Nem tudo o que aparece, é

O que era causa
Virou consequência

O que era recomeço
Virou o fim

O que virou estrada
Não passa de cerca
E não passamos por ela

Olhe aqui, obedeça
Seja consciente

Olha já, não esqueça
Seja competente

Não se importe se o dia vai amanhcer belo
O que não tem volta, revoltado está

O que parecia fim
Virou ponto de partida

O que aparecia a mim
Inexistia

quarta-feira, 1 de setembro de 2010

O fim do mundo

Qual será o fim do mundo
Ou ele não tem fim algum?

Ele acaba e eu começo
Ele termina e eu encho
Ele suspira e eu sopro
Ele imagina e eu sou fruto dela
Ele se suicida e eu reencarno

O mundo tem um fim

quarta-feira, 25 de agosto de 2010

O abismo

Sinceramente
Só um olhar faria a diferença

Ainda que frio

Caio no abismo entre a realidade e o desejo
Destroçado no chão, tento um revide
Subo bem alto
E caio

E o que era impossível não aconteceu

sexta-feira, 23 de julho de 2010

Rodeado

Estou rodeado de amigos
Mas eu não os vejo

Até tento conversar um pouco
Mas eu não os ouço

Tento jogar
Mas eu sempre ganho

Tento rir
Mas saio chorando

Tento entender
Mas saio confuso

Tento me consolar
Com meus amigos

segunda-feira, 19 de julho de 2010

Precisão

As coisas não precisam de nome
Não precisam de imagem
Não precisam de calor

Não precisam de espessura
Não precisam, até a segunda ordem, da primeira
Não precisam, até o fim do dia, do amanhecer

Precisar ser coisa
É disso que as coisas precisam

quinta-feira, 15 de julho de 2010

Fixo

Fixo no seu rosto
Procuro um sinal
Um senão
Ou nada

Mas sigo fixo
Como devo ficar
Até a segunda ordem
Fixa

terça-feira, 13 de julho de 2010

Sem passado

Completamente sem rumo
Desarrumado

Completamente sem mundo
Imundo

Completamente sem estrada
Desastrado

Completamente sem passado
Passado

segunda-feira, 12 de julho de 2010

Tédio

O tédio varia
Subindo pela escala mais alta
Descendo ladeira abaixo
Rodopiando na minha cabeça
Tranformando-se em ilusão
Transitando entre lágrimas e chuvas
Ele faz tudo isso
E é o tédio

domingo, 11 de julho de 2010

sábado, 10 de julho de 2010

Fim do mundo ao meu redor

Um fim do mundo ao meu redor
Um fogo aberto
Uma chaga fechada
Uma brasa fria
Uma cinza viva

Voam todos
Pelo ar parado
Pelo mundo parado
Pelo sentimento preso
Pelo fogo apreendido

Pela simulação real

quinta-feira, 8 de julho de 2010

quarta-feira, 7 de julho de 2010

Esperança e medo

Quando a esperança vence o medo
A ilusão vence a desilusão
O amorfismo vence a transformação
O sono vence a vontade
A vontade vence a obrigação
A obrigação vence a esperança

domingo, 27 de junho de 2010

O amanhã não chega

O amanhã nunca chega
Por mais que eu tente, ele sempre está um passo à frente

Ele é esperto

O meu passado irremodelável poderia ser outro
O meu presente modelável pode ser outro
O amanhã, não. Ele só pode ser um

Por isso corro, para pegar essa única partícula
E não perdê-la

segunda-feira, 21 de junho de 2010

Metálico

Sons metálicos
Cortes metálicos
Punhos metálicos
Brilho metálico

O que é orgânico?
Nossas virtudes
Ou fraquezas?

Sonhos metálicos
Corte metálica
Medo metálico
Escuridão metálica

domingo, 20 de junho de 2010

sábado, 5 de junho de 2010

Inexistir inexistente

O nada tem lado positivo
O vácuo também
A inexistencia a tem, apesar de não existir

Mas como essas coisas têm seus lados positivos, têm seus negativos - que é a existência
A plenitude da inexistência não existe

Ela está lá, lado a lado com a verdade absoluta, lutando para vista
Lutando para existir inexistente

O foco

A distração me fez ver os mínimos detalhes
A atenção me fez ater às grandes obviedades

Todas as coisas hoje parecem diferentes
Ou será que eu mudei daqui para frente?

A tempestade de areia me assusta
Mas é fechar os olhos

Estaticidade

Estáticos
Podemos ser feitos estáticos

Não que esse estacismo nos dê equilibrio e certezas
Dá-nos, talvez, esperança

Desestabilizados podemos sonhar
Mas também ver um futuro sombrio

Esperança, eis o fruto da estabilidade

Que sai da árvere verde e parada
Que é esclada por um tigre sonhador

Sombras ao meu redor

Sombras ao meu redor
Assusto-me
Elas vão ficando maiores
Mais escuras
Mais imponetes

Sombra por todos od lados
Mas o meu medo já chegou
Ao seu limite

Acalento-me
Era a luz chegando

sexta-feira, 21 de maio de 2010

Furta-cor

Forma-se uma roda em torno de mim
Gira a roda, como um peão
Como um furta-cor

Destrói as cores da primavera
Tranforma tudo em luz

Na luz da eterninidade

Um novo acordo

Acordo nuclear
Durmo paranóico

Apoixono-me destruidor
Desiludo-me contracensor

Molho a água
Gelo o gelo
Chamo a chama

Nada acontece
Não era para acontecer?

domingo, 28 de março de 2010