sexta-feira, 16 de setembro de 2011

Medo

Se há o medo da morte
Se há busca pela sorte
Se há bússola para o norte

Só o medo é forte
Só ele, mais nada, nos acompanha
Nos faz ser parte
De onde não se espera mais nada
De onde se perdeu tudo

domingo, 11 de setembro de 2011

Devagar

Hoje a vida passa devagar
Agora a vida passa.... passa devagar
Um segundo depois
Pára de passar
Passa a divagar
Pára de vagar

sábado, 10 de setembro de 2011

Comando

Eu lido com as palavras
Não estou aqui para domá-las
Elas que estão no comando

Dobro dobrado

Nada
Se separa
Tudo se divide
Triplica
Complica
Replica
Meio é fim
Meio é dobro
Extremos somos nós

Dia

No sol é sempre dia

Malícia e pureza

Nos seus olhos há malícia e pureza
De quem é pura e má
Ou de quem é puramente má
De quem é maliciosamente pura

Não parcebe a alegria e a dor que causa em torno de si
Está voltada para seu mundo puro, encantado e abissal

Por que eu te amo?
Porque você não sabe a resposta

segunda-feira, 15 de agosto de 2011

Sensações

Ao saber das consequencias
Erramos ainda mais
Ao descobrir a causa
Conhememos menos
Ao refletir
Ficamos mais confusos

Viagem no tempo

Vou viajar para o presente
Não relembrar nada
Não prever nada
Apenas sentir a estranha sensação do agora
Esse tempo perdido

quarta-feira, 3 de agosto de 2011

Implosão

A lágrima sai seca
O grito sai silencioso
E há implosão de sentimentos em mim
Saio destruído, mas não machuco ninguém

domingo, 24 de julho de 2011

Sinais

Ouço o sino da igreja
Durmo melhor com o som de metais se batendo

Por isso tenho vários móbiles de metal
Vários deles

Captando minha eletricidade

Diamante de tolo

O diamante que risca tudo, mas não diz nada
E vale milhões

O grafite risca o papel, podendo ser facilmente desmanchado
Vale cinquenta centavos

O que o grafite produz pode valer uma vida inteira
O que o diamante é faz valer muitas mortes

Previsão do tempo

O vento muda nosso rumo
Indica um futuro sombrio ou algo bom

A chuva nos lava
Só que pode tirar nossa maldade como tirar nossa bondade

O sol nos excita
Mas pode trazer consigo os instintos mais nebulosos

O trovão nos adverte
Se ficamos com medo ou damos boas-vindas, depende

O gelo nos pára
E nos faz refletir

segunda-feira, 18 de julho de 2011

Primavera no ferro-velho

Sente esse cheiro?
Sente esse brilho?

A primavera chegou no ferro-velho!

Pétalas de zinco pairando pelo ar
Sentindo o cheiro fresquinho da ferrugem
O brilho dos alumínios me remete ao passado

Os corpos dos automóveis ganham uma consagração
do que fora um dia

quarta-feira, 15 de junho de 2011

O significado do silêncio

O silêncio silencia
Seleciona
Licencia
Depende do seu ouvinte

Eu costumo silenciar
Deixar meu silêncio ao meu redor silenciar
Os gritos que gritem em outro lugar
Onde possam ser devolvidos

Não vou devolver
Quero silêncio, o abrigo de quem quer estabilidade
Quero silêncio, o inimigo do caos
Deixe as músicas lindas serem lindas em outro lugar
Quero o desafinar do vento silencioso na minha pele

Cobrindo como manto
Mantendo distância

Deixe os latidos latirem em outro lugar
Quero plantas
Que as palavras de amor ou rejeição setenciem em outro lugar
Quero consentimento, sentimento que só quem cala dá

Silêncio, respeite o barulho
Para que ele não desista
E tire de você o que ele não tem
Nem terá - apesar de tentar

segunda-feira, 13 de junho de 2011

Precipício

Fui precipitado, eu sei
Nem sempre a alma está de acordo com a razão
Minha pressa pela perfeição
Confirmou-as inimigas

Precipitado e ansioso que sou
À beira agora do precipício
Da solidão
Que não tem fim

Mas será que tem começo?

domingo, 22 de maio de 2011

Cercado pelo nada

Cercado de solidão
Por onde vejo, não há nada a ver

Por onde passo, só há vultos e vozes
Tentando me calar - e conseguindo

Como posso, afinal, lutar contra o nada?
Lutar contra o vazio, a solidão, se eles são a inexistência?

Seria mais fácil esmurrar uma parede de concreto e derrubá-la
Concreto
Como minha alma fica a cada passo que dou
Que não dou

Cada vez mais opaco, cada vez duro

quarta-feira, 20 de abril de 2011

Doce inferno

Onde estamos?
Para onde estamos?
Quando estamos?

E por quê?

Destruir o inimigo parece mais díficil
Quando ele não é você
Doce ilusão

Doce como o inferno
E seus dragões
Loucos

Onde brincamos na gangorra do ódio
Indo e vindo no balanço da solidão
Escorregando na frustração
Girando na auto-piedade

Mas se já estamos no inferno
Para onde vamos?

domingo, 23 de janeiro de 2011

Quilate

Cachorros que latem
Sem quilate
Andando sem rumo
Com suas quatro ou três patas
Com o que restou de seus pêlos
Revirando latas

Eles me seguem
Pensando ter achado um dono
Pensando apagar o dano

Eles me seguem
Sem saber que seu ex-futuro dono
Também não tem rumo

sexta-feira, 7 de janeiro de 2011