terça-feira, 7 de junho de 2016

O que não sou

Sou o silêncio
Sou, em torno dos movimentos, o ponto parado
O ponto, porém, que não é encontrado
A referência não achada
Sou a sombra de um objeto na escuridão
Sou o reflexo desse objeto num espelho inexistente
Sou o pesadelo e sonho das pessoas acordadas
Sou a ação das pessoas mortas

Sou tudo aquilo que os olhos não veem
Os ouvidos não ouvem

Estou ao lado de tudo
Porém, nunca no extremo
Estou acima de tudo
Nunca no ponto mais alto
E abaixo de tudo
Mas nunca no fundo

Sou a luz no fim do túnel
Onde não há túnel