sexta-feira, 2 de outubro de 2009

Tudo parou

Tudo parou

Os pássaros fixaram-se no ar
Os peixes na água
As pessoas pararam

O homem que acendia um cigarro não o tem mais
O homem que cortava o cabelo continua o tendo
A mulher que esperava um taxi segue esperando
O taxi parou

O trânsito segue igual
Os carros parados
As pessoas dentro dos carros paradas
As músicas dos rádios desses carros paradas
Ficaram monossónicas, presas na fixação
Que inundou o mundo

Acabaram-se as guerras
Acabou-se a fome
A Amazônia não mais sofre

Não existe mais dia
Não existe mais noite
Não existe mais ano

Só existe o infinito fixo

E assim acaba-se o mundo:

O oposto do fim

Nenhum comentário: