Tudo parou
Os pássaros fixaram-se no ar
Os peixes na água
As pessoas pararam
O homem que acendia um cigarro não o tem mais
O homem que cortava o cabelo continua o tendo
A mulher que esperava um taxi segue esperando
O taxi parou
O trânsito segue igual
Os carros parados
As pessoas dentro dos carros paradas
As músicas dos rádios desses carros paradas
Ficaram monossónicas, presas na fixação
Que inundou o mundo
Acabaram-se as guerras
Acabou-se a fome
A Amazônia não mais sofre
Não existe mais dia
Não existe mais noite
Não existe mais ano
Só existe o infinito fixo
E assim acaba-se o mundo:
O oposto do fim
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